
Vivo oscililando entre o doce e o veneno do sentir. Me considero um ser em estado pleno de mutação e graça, embora, esteja certo das coisas que gosto, não gosto ou poderei gostar.
Não gosto de conceitos acabados, não me interessam as teorias que chegam prontas as minhas mãos. Verdades absolutas são como comida enlatada e filme de ação americano... costumam me deixar enjoado!
Não compro, tão pouco, tento vender idéias pré-fabricadas de vida. Gosto de gente confusa, que quebra a cabeça tentando se encaixar no mundo... gosto ainda mais daqueles que frequentemente não se encaixam!
Sou admirador convicto daqueles que desconfiam do que consideram verdades...
Daqueles que amam a lua e caminham pelas madrugadas.
Aprendi com as flores a respeitar as diferenças.
As árvores me fizeram entender a importância de cuidar bem das folhas, do verde, do amor...
Com as águas percebi que devo estar preparado sempre que for necessário partir... mas estou ciente de que quem vai, vez ou outra, precisa ou simplesmente deseja voltar.
Confesso que ainda me sinto perdido mesmo sabendo exatamente onde estou... e ao menos por hoje, não pretendo me encontrar.
Sou assim, um ser em metamorfose e peço licença a Kafka para ponderar que, ser inseto pode ser bem mais interessante que homem que vive em vão!
O que vivo é uma busca espiritual, trata-se de um processo vagaroso e vital de auto conhecimento.
Onde encontro esta realidade posso me sentir seguro. Busco o desenvolvimento em meio ao caus, sinto um carinho intenso e especial por aqueles que compartilham comigo idéias e sonhos fragmentados... Porque não sou inteiro, sou soma de fragmentos! Pedaços de mim e de outros...
Não me desperta atenção a beleza chamativa dos Girassóis e nem a elegância das Acácias... Gosto da simplicidade das flores do campo, prefiro as Rosas mesmo carregadas de espinhos e sinto uma atração surpreendente e inevitável pela Flor de Lótus que cresce apaixonadamente em meio ao pântano!
Filha de Gaia