sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Devaneios de Gaia



Andando pelas ruas que me levam e me arrancam de um passado ainda tão presente em mim, eis que, acontece um reencontro inesperado... naquela ponte que já me trouxe e levou a tantos universos paralelos lá estava ele... o mesmo rosto, o mesmo sorriso franco de menino que ainda me traz uma imensa saudade de um tempo que foi embora sem pressa alguma de passar.
Os mesmos olhos... a mesma ponte!!! Quantos acasos e surpresas esse nosso encontro ainda me revelaria...
Nossas conversas sempre tão produtivas ainda que bobas e um carinho fraterno que perdura... a distância é inevitável mas lendo os teus textos percebo que ainda possuem o mesmo estilo, a mesma necessidade de mutação. Apesar do tempo ainda somos os mesmos, eu, você e os outros... a velha guarda, simplesmente! Tenho pensado muito sobre muitas coisas mas ando sem saber o que ainda devo dizer. Por hoje, vou deixar que você diga (tuas inquietações sempre tão comuns a mim)... vai poeta, espanta o mal que te atormenta... torna teu suplício palavras, textos, poemas.
Filha de Gaia


"Apesar de curinga como você mesma disse, esse tratamento me lembra momentos de uma felicidade fugaz, porém, muito intensa, de uma história curta, mas com direito a todos os caprichos de um relacionamento duradouro, que apesar da sua relutância em admitir, eu insistentemente tomava para mim como um namoro, e ainda sob minha ótica eu o via bonito e sincero. Você nos definiu como duas crianças e num presente que lembra a mais terna idade da infância, você me disse que eu havia lhe conquistado. Não sabia eu que o coração das mulheres é muito mais simples do que se imagina. Sábio conselho de professor: “para se conquistar as mulheres recorra às ações mais pós-modernas e inovadoras possíveis, mimos, flores e bombons” no meu caso junte-se a isso uma dose de timidez e paciência. Gostaria de falar sobre muitos momentos belos que tivemos, mas o que mais me atrai é como furtivamente entrávamos em casa, envergonhados pela reprovaçao de terceiros, contudo, saíamos sempre convalescidos pelo deleite inebriante da companhia de um ao outro, envoltos na madrugada fria de uma cidade deserta a escutar os apitos de vigilantes temerosos que ladrões mais espertos assaltassem casas, e nós estávamos ali, indiferentes, saboreando a passos arrastados, caminhando juntos, noite após noite para o nosso ocaso. O poeta certa vez disse que saudade maior é de quem fica, certamente ele deve ter ficado, eu de minha parte que parti, digo que a dor é deveras grande para ambos. Bem, na falta de um apelido carinhoso a que um dia me identifiques na multidão e me torne singular entre os demais, tente lembrar-se de mim como alguém, inseguro, bobo, às vezes “bruxinho” e que gostou/gosta de você de graça e que só se sentia feliz quando “via” você com as mãos, os pés, braços, com a boca, com o frio da noite e o calor da pele..."

(Lula Dourado)
http://www.prosapoeta.blogspot.com/


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