sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Meu estúpido jeito de amar


Amei-te com a pureza da criança que sonha com um dia feliz, com o desejo da mulher que espera a volta do seu homem após a guerra. Amei-te com a benevolência da mãe que mesmo magoada perdoa cada erro do filho. Amei-te quando me tinhas amor. Amei-te quando se foi... Amei-te, apesar de cada lágima que me fizeste derramar. Amei-te ainda mais quando te vi entrar pela porta. E, é preciso que seja lembrado... esteve sempre aberta! Amei-te mesmo te vendo ir embora... outra vez! Amei-te em cada instante... cada segundo de saudade. Em cada detalhe que me faz lembrar o quanto amei... Agora arrumando as malas, separando as tuas coisas das minhas... tendo que ir embora mesmo com toda vontade de ficar, me sinto confusa, tola! Já não sei se te amei ou se odiei a mim... Percebo o quanto é estúpido esse meu jeito de te amar (outrora, cego!) Mas ainda assim, sigo amando!

Sigo vivendo...


Filha de Gaia

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Por um "amigo raro"


"Assim que o amor entrou no meio, o meio virou amor.
O fogo se derreteu, o gelo se incendiou.
E a brisa que era tufão
Depois que o mar a derramou, depois que a casa caiu
O vento da paz soprou..."

Poema lindo que me foi enviado num dia triste... até então!!!

Obrigada Elias, adorei!!!


"Aprendi com as primaveras a me deixar cortar e voltar sempre inteira" Cecília Meireles.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Do que é a vida...


Me dando conta de que a hora de botar o o pé na estrada e voltar pro início de tudo (sendo a história cíclica ou não... ponto de discordância entre as correntes historiográficas) nunca esteve tão proxíma percebo que, vou deixar aqui uma parte grande de mim. Parte que não tinha mas que construi aos poucos ao me apaixonar por este lugar e por muitas das pessoas das quais estou levando um pedaço... pedaços que me foram dados por alguns e que de outros roubei...
De tudo, ficarão a saudade e a certeza de que hoje sou bem mais do que era quando cheguei!!!
Filha de Gaia

sábado, 15 de agosto de 2009

Das coisas que andei pensando e fiquei com vontade de dizer...


Se poesia fosse música
cantaria os versos que te fiz.
Através das ondas do meu som
talvez tu pudesses perceber
que mesmo no instante de agora
o som de você sou eu.
Se os versos tivessem notas
a canção seria só tua
e voaria pra te encontrar.
Mesmo agora que estamos assim
brigados de nada
o meu som te encontraria!
Hoje, sendo o seu dia
e você estando por aí de um outro lado
onde não posso alcançar
me desfaço em versos no papel!
Procuro palavras e pontuação
só pra expulsar de mim esse
isso ou aquilo que não deixo de sentir!
Se eu soubesse juntar
os versos e as notas certas
só pra te fazer escutar,
só pra te fazer sentir
que és parte da minha composição...
Se poesia fosse música
hoje, sendo seu dia
meus versos simples seriam entregeus a ti!
Se poesia fosse canção
as palavras não se perderiam!
Mas, não sei fazer música e meus versos são vãos...
quem sabe um dia desses
minha saudade possa ser metade tua
e a gente vai ser um só!
Juntos somos a música!!!


(12 de agosto - seu presente de aniversário, menino!)
Filha de Gaia

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"Não há de ser nada pois, sei que a madrugada acaba quando a Lua se põe..."


Hoje eu até pensei num texto informativo... tipo o de música e ditadura, na verdade pensei em muita coisa e pensar demais nem sempre é construtivo... em meio ao meu turbilhão de pensamentos saiu essa confusão psicosentimental abaixo... e aqui estou eu como outrora, perdida entre o excêntrico Sol e a teimosa Lua!!! Devaneios e só!!!


Quis cantar a Lua assim mesmo...
com esse meu jeito bobo de ser,
de repente lembrei-me do Sol.
Tentei juntá-los num só verso mas
quando juntos a Lua acaba sempre machucada.
Sendo de aspecto tão frágil sempre se queima!
Ah Sol, tornou-se tão hostil! Estúpido trapalhão!
Tentei pensar na madrugada,
mas ela "sempre acaba quando a lua se põe"
Então, lembrei-me da neblina
aquela no alto da pedra...
da rocha que forma um rosto.
Agora mesmo perto é distante.
Lembrei-me da leveza, da calmaria
nem sei se nossa ou minha e só!
De repente me deparo à inconstância,
a insensatez e a espera desenfreada.
Lembrei-me que veio a tempestade...
mas a calmaria há de voltar!
Foste a manhã mais bonita,
ecoando as notas da canção...
Outra vez me vem a Lua
sempre com a cabeça lá no distante e áspero Sol.
Tento (nova e inutilmente) juntá-los numa frase qualquer
e nada... paro e reparo que
não sei quando virá um novo eclipse!!
Talvez a pobre Lua esteja enganada... não seria a primeira vez!
Não será este tal Sol só mais uma estrela???
Outra vez penso na neblina, no rosto, na pedra, nas notas da canção...
percebo agora que não escrevi nada do que pretendia escrever!
"Assim sem razão de ser, mas já sendo!"

Filha de Gaia

domingo, 2 de agosto de 2009

E... " a poesia prevalece..." sempre!!!


“Não gosto dos meus poemas

Eles deixam a poesia escapar, fugir voando

Gosto de você

Onde a poesia mora e de quando em quando

Vem voando

Pra mim”



"Libertas quae sera tamen"



A poesia e a música sempre foram utilizadas essencialmente para verbalizar o amor. Através delas os românticos vêm eternizando suas histórias ao longo dos séculos. Não fosse por ele e principalmente pelos sentimentos variados que costuma provocar não existiria a música e tão pouco a poesia. Pois, se não fossem os amores carregados de sensações comuns a todos, mas tão peculiares quando pensadas individualmente as palavras e as notas não fariam sentido algum.
Apesar da essência primordialmente romântica, música e a poesia acabaram por expandir seus horizontes e se firmaram como importantes instrumentos de protesto e de luta pelo direito a paz e a liberdade. Muitos artistas contemporâneos ficaram marcados na história pelo idealismo e acabaram se transformando em revolucionários, no entanto, acredito que seu mérito é ainda maior, pois não pegaram em armas e nem usaram da violência. Provaram que também se pode lutar por liberdade e igualdade tendo simplesmente um caderno e caneta ou um violão. Entre os muitos poetas da liberdade não podemos deixar de citar Bob Marley, Chico Buarque e Raul Seixas.
E por falar em Chico e em Raul, falamos em Brasil e somos obrigados a relembrar os chamados “anos de chumbo” da ditadura militar (1964-1984).A arte foi utilizada como um dos principais meios de crítica e luta contra o sistema. A MPB formou grandes ícones na luta contra a repressão num período em que o campo político-social brasileiro se assemelhava a um barril de pólvora pronto pra explodir.
Muitos foram os poetas da liberdade: Alceu Valença, Geraldo Vandré, Fagner, entre outros. Mas vamos voltar ao Chico Buarque o “artesão da linguagem” e sua música “Apesar de você” e ao Raulzito o nosso inesquecível “maluco beleza” com suas canções carregadas de mensagens subliminares convocando o público a fazer parte da “sociedade alternativa”.



“Apesar De Você
Hoje você é quem manda
Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão
Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar...”


Chico Buarque foi um dos alvos preferidos da censura militar, sua obra foi caracterizada como subversiva em sentidos amplos, tanto por conta das canções de protesto quanto por ferirem o padrões morais da época. Exilado na Itália de 1969 a 1970, enviou “apesar de você” para avaliação da censura assim que voltou ao Brasil para sua surpresa a música foi aprovada sendo gravada de imediato e tornando-se um grande sucesso. Em meio a “explosão” da música um jornal comentou que ela fazia referência ao presidente Médice. Todos os discos foram apreendidos e destruídos sendo esquecida (por ironia!!!)apenas a matriz... Chico sofreu todo tipo possível de censura!!!



A obra de Raul Seixas é recheada de mensagens subliminares. Numa época em que a maioria das suas composições eram recusadas pelos censores da ditadura o “Maluco Beleza” fugia dela brincando com as metáforas e dizia tudo o que queria dizer usando palavras diferentes. Raul, mesmo sob os olhos e a perseguição da censura deu seu forte recado de viés anarquista e acabou passando despercebido em alguns momentos.






“Sociedade Alternativa

Viva! Viva!
Viva A Sociedade Alternativa
Viva! Viva!
Viva A Sociedade Alternativa
Viva! Viva!
Viva A Sociedade Alternativa
Viva! Viva!
Viva A Sociedade Alternativa...

Se eu quero e você quer
Tomar banho de chapéu
Ou esperar Papai Noel
Ou discutir Carlos Gardel
Então vá!
Faz o que tu queres
Pois é tudo
Da Lei! Da Lei!
Viva! Viva!
Viva A Sociedade Alternativa...


"-Faz o que tu queres
Há de ser tudo da Lei"
Viva! Viva!
Viva A Sociedade Alternativa
"-Todo homem, toda mulher
É uma estrêla"
Viva! Viva!
Viva A Sociedade Alternativa
Viva! Viva!
Viva A Sociedade Alternativa
Han!...”

Raul Seixas contando sobre sua expulsão do Brasil em 1974 (entrevista com Luisa de Oliveira em 1986)

"Até hoje não sei realmente qual foi o motivo. Mas veio uma ordem de prisão do I exército e me detiveram no Aterro do Flamengo. Me levaram para um lugar que eu não sei onde era... tinha uns cinco sujeitos... Bom, eu estava... imagine a situação... eu estava nú, com uma carapuça preta que eles me colocaram. E veio de lá mil barbaridades: choque em lugares delicados... tudo para eu dizer os nomes das pessoas que faziam parte da Sociedade Alternativa, que, segundo eles, era um movimento revolucionário contra o governo. O que não era. Era uma coisa mais espiritual... eu preferia dizer que tinha um pacto com o demônio a dizer que tinha parte com a revolução. Então foi por isso,me escoltaram até o aeroporto..."

A música e a poesia apesar de terem se expandido por outras vertentes e funções não fugiu de sua essência continua sendo a maior e melhor forma de expressão dos sentimentos humanos. Enfim... “flores na cabeça, nossos pés descalços. Uma vida toda de paz e amor... paz e amor!!!”


sexta-feira, 24 de julho de 2009

Um nome chamado saudade


A palavra “saudade” vem do latim "solitas, solitatis" é uma das palavras mais presentes na literatura e na música popular brasileira. E como reza a lenda surgiu no Brasil colônia e foi muito utilizada para definir a solidão e a falta que os portugueses aqui instalados sentiam de casa (Portugal) e dos seus queridos. Em suma, é uma definição da melancolia causada pela lembrança; o vazio causado pela ausência ou perca de pessoas, coisas, estados ou ações. Mas isso todo mundo sabe... todo mundo sente!!!

Sente-se saudades de muita coisa... de um lugar, de um tempo!
Saudades da infância e do primeiro amor... aquele que fazia a gente ficar na janela esperandoo o ser amado passar e de tão puro não causou dano algum.
Saudade dos amigos que a vida nos dá e depois leva pra longe...
Saudades de casa e do almoço quentinho na hora certa...
Da família, de brigar com o irmão...
Sente-se saudade de quem escolheu partir e até de quem a gente escolheu deixar...
Sente-se saudade até do que não foi e do que ainda está por vir.

Esta palavrinha “saudade” é a 7ª palavra mais difícil de traduzir em diversos idiomas, as outras 6 são:

1. "Ilunga" (tshiluba) - uma pessoa que está disposta a perdoar quaisquer maus-tratos pela primeira vez, a tolerar o mesmo pela segunda vez, mas nunca pela terceira vez.
2. "Shlimazl" (ídiche) - uma pessoa cronicamente azarada.
3. "Radioukacz" (polonês) - pessoa que trabalhou como telegrafista para os movimentos de resistência o domínio soviético nos países da antiga Cortina de Ferro.
4. "Naa" (japonês) - palavra usada apenas em uma região do país para enfatizar declarações ou concordar com alguém.
5. "Altahmam" (árabe) - um tipo de tristeza profunda.
6. "Gezellig" (holandês) - aconchegante.
7. Saudade (português) - sentimento nostálgico, sentir falta de alguma coisa ou alguém (o significado não é consensual).

Enfim, se tratando das palavras da língua portuguesa, saudade é a mais difícil de ser definida. Entretanto é o sentimento mais fácil de ser percebido e sentido!!!


“ E em cada estação em que não puder estar,
levo essa saudade enquanto não posso te levar...”


GIZ

E mesmo sem te ver
Acho até que estou indo bem
Só apareco, por assim dizer,
Quando convém
Aparecer ou quando quero.
Desenho toda a calçada
Acaba o giz, tem tijolo de construção
Eu rabsico o sol que a chuva apagou
Quero quye saibas que me lembro
Queria até que pudesses me ver
És parte ainda do que me faz forte
E, pra ser honesto,
Só um pouquinho infeliz
Mas tudo bem
Tudo bem
Tudo bem
Lá vem lá vem lá vem
De novo:
Acho que estou gostando de alguém
E é de ti que não me esquecerei...

Renato Russo

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Uma Lua com a cabeça no SOL



Nesta última terça feira dia 21 de junho de 2009, grande parte da Ásia pode observar o mais longo eclipse solar do século 21, aproximadamente dois bilhões de pessoas tiveram o privilégio de observar o fenômeno.

O primeiro momento do eclipse pode ser observado a partir da 00:30 GMT no Oceano Índico tendo sido completo as 00:53 GMT no Estado de Gujarat, seguindo depois num corredor de 15.000 km de comprimento e 258 km de largura, atravessando de oeste a leste a Índia, o Nepal, o Butão, Bangladesh, Birmânia, China, as Ilhas meridionais japonesas Ryukyu até o Pacífico.

Na China a Lua cobriu o Sol durante quase 6 minutos... a Lua estava mesmo pensando no Sol!!! E eu, só por um dia gostaria de ter nascido chinesa ou indiana pra presenciar e participar dos rituais que a crença oriental liga ao mais belo dos astros (a LUA) e a estrela central do nosso sistema (o SOL)!!! Mas já que estou aqui pelo ocidente prefiro lembrar uma lenda antiga que conta esse romance entre a Lua e o Sol:


“Quando o Sol e a Lua se encontraram pela primeira vez descobriram que queriam ficar juntos para sempre, mas não poderiam. O Sol se conformou com essa idéia, mas não, a Lua não! Continuou tentando... e o Sol nem dava bola pra ela. Vez ou outra, eles se encontravam e logo vinham às nuvens dizer que as coisas tinham que ser como foram programadas pelo Universo. Sentindo que a Lua ficava cada vez mais deprimida, Deus pediu para que as estrelas fizessem companhia para ela e vez ou outra deixava que ela viesse um pouquinho mais cedo para ver o sol, mesmo que de longe! Passou-se um tempão mas a Lua continua persistindo... Ela ainda acredita que um dia vai existir um eclipse total eterno e então Sol e Lua poderão finalmente ficar juntos.”

Será??? Bom, de acordo com a NASA não haverá nenhum outro eclipse tão longo quanto este antes do ano 2.132... até lá é quase certo que, nem eu e nem a maioria dos humanos que hoje habitam a superfície da grande Deusa Gaia (o planeta Terra) estaremos aqui para presenciar o próximo. Sendo assim, continuo como a Lua, tendo a cabeça no SOL... esperando por um próximo eclipse!



E assim as coisas são...

“Os opostos se distraem os dispostos se atraem...” A poesia prevalece sempre... os fenômenos da natureza são pura poesia!!!

segunda-feira, 20 de julho de 2009

"O poema é feito de palavras necessárias e insubstituíveis"
Octavio Paz





De repente
Me lembro do verde
Da cor verde
A mais verde que existe
A cor mais alegre
A cor mais triste
O verde que vestes
O verde que vestistes
O dia em que eu te vi
O dia em que me viste.




domingo, 19 de julho de 2009

Perto de você


Quando começar o frio, dentro de nós
tudo em volta parece tão quieto
tudo em volta não parece perto
toda volta parece o mais certo
certo é estar perto sem estar
perto de você, sou tão perto de você, sou tão perto de você

Quando o tempo não passar, dentro de nós
cada hora é como uma semana
cada novo alô é mais bacana
cada carta que eu nunca recebo
é sempre um motivo pra lembrar
sou tão perto de você

vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe...

Quando alguém se machuca, dentro de nós
toda culpa parece resposta
nossa busca não parece nossa
nosso dia já não tem mais festa
não tem pressa nem onde chegar
sou tão perto de você

Quando a paz se anunciar, dentro de nós
é porque aquilo que nos cega, mostra um outro lado da moeda
que não apaga as coisas do meu peito
o preço é me fazer acreditar
sou tão perto de você

Vida amarga, como é doce a dor da palavra dita de tão longe, dita de tão longe, dita de tão longe

quando a música acabar, dentro de nós...


E pra início de conversa a música poesia do Teatro Mágico que muito diz...