quinta-feira, 11 de março de 2010

Vestígio


Continuo rabiscando devaneios. Primeiro por um motivo simples: não sei desenhar e entendo que o sujeito precisa de um talento nato para tal.
Escrevo porque mesmo não possuindo o dom necessário aqueles que brincam com as palavras, tenho a ousadia poética própria daqueles que não sabem quase nada, mas sentem muito. Deste modo, arrisco!
Continuo a rabiscar, mesmo que não me entendam. Mesmo que tu não consigas entender.
Escrevo porque é no silêncio das madrugadas solitárias que te trago para mim...
Continuo desenhando palavras porque elas me fazem viajar por um tempo em que cada minuto era feito de poesia.
Escrevendo deixo pistas, caso me queiras traduzir...
E o tempo vai transformando meu eu em textos, frases, às vezes em canções que só eu posso ouvir.
Quando já não houver um nome que me torne único a ti na multidão, quando eu já não puder te reconhecer pela textura dos cabelos ou pelo cheiro que a brisa traz, grita-me um dos versos que te fiz...

Hei de reconhecer-te pelo som, pelo tom da voz.
Ressurgiremos!
Tenho usado as palavras de modo vão, mas não é por vício... O que escrevo é puro vestígio.
Para que possas me encontrar...
Para que não esqueças que mais do que o meu corpo eu te dei meus versos!

3 comentários:

  1. que lindo!!

    sempre há um jeitinho de deixar nossos rastros, né?

    bom fds

    bj

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  2. Lindo,


    Muito sincero e profundo...
    O dom de escrever poemas é sinônimo de sentir, e isso vc tem, muita sensibilidade

    bom fds

    um abraço

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  3. As palavras quando sabemos usar como vc faz agora e sempre...sabemos nos espressar, mostrar o que estamos sentindo e so aqueles que mostraqm sem medo o que sentem que realmente iram entender o que escreve...grazi esse tambem ta demais ...parabens...um beijao linda

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