quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sobre palavras não ditas e amores falidos


Pensei em você. Deveria estar focado no trabalho que já expirava o prazo de entrega, mas pensei em você. Sacudi a cabeça tentando espantar os pensamentos, tomei um café acendi um cigarro e tentei me concentrar outra vez, mas não houve jeito. Cogitei te ligar, mas imaginei que talvez tivesse mudado de telefone, não mudara e eu sabia bem. A verdade é que já fazia tanto tempo e não havia nada que já não houvesse sido dito... Mentira, muito ficou por dizer e nós dois sabíamos, talvez por isso eu pense tanto em você e sei que mesmo aqui de longe, de algum modo inexplicável eu não saio da tua cabeça. Lembrei-me das muitas vezes que confiei em ti, que acreditei que era melhor do que todos julgavam melhor do você acreditava ser... Não sei se errei e não me arrependo de você, mas nessa luta desesperada pelo nós quase acabei comigo. Não te culpo me fiz cego quando tu fazias tudo para que eu desistisse de te inventar. Desisti dos versos de palavras não ditas que me desenhavam do modo mais sincero para você. Já não faz sentido desperdiçar tantas palavras e te peço perdão por ter insistido durante tanto tempo, mas é que nunca soube dizer de outro modo o quanto amava e você provavelmente não ouviria, nunca conseguiu me compreender. Nossa história sempre pareceu um filme mudo, parecia que ainda não haviam sido inventadas as palavras. Olhando antigas fotografias sinto falta de um alguém que não mais existe, parece que você morreu dentro de você. Teus olhos já não são os mesmos e teu sorriso há muito já não possui aquela doçura instigante de quando te conheci. Ah, e como eu gostei de te conhecer. Gostei de um jeito que nem sei explicar... Se eu acreditasse em outras vidas imaginaria que nosso encontro foi na verdade um encontro de almas que se repete sendo muitos e querendo apenas um... Prefiro imaginar que tenha sido apenas uma brincadeira do acaso. Eu te amei. Amei-te tanto que mesmo pedindo a Deus para amar uma vez mais imploro que não seja desse jeito descontrolado, insano, bobo... a verdade é que deixei de ser eu quando te conheci. Abandonei-me para seguir a ti, zelava por você bem mais que a mim. Teu sorriso agora é diferente daquele que me encantou desde o primeiro segundo que vi, já não és o mesmo que fez com que eu me apaixonasse no primeiro beijo... Acontece que você me enganou. Amei tua história, tuas verdades, tomei para mim as tuas dores, quis te proteger e você me magoou. Em meio ao abandono me fez sentir pequeno, feio, sujo, pouco para o deus que fiz de ti... Agora é demasiadamente tarde para arrependimentos, não me envergonho, não fui tolo por amar. Na verdade se você realmente existisse te amaria por uma vida inteira e por outras mais, mas se quer saber, já não estou cego. Agora sei quem tu és de forma clara. Vejo teus erros, tuas mentiras, tuas falsas promessas, tua covardia. Eu, que só queria estar ao teu lado percebo que não era grande coisa, não valia uma fisgada dessa dor que me fez sentir. Não vale um único verso dos muitos poemas que te fiz, mas ainda assim eu te amaria.



Ps.: respondendo a algumas perguntas q me foram feitas recentemente esse blog não é uma autobiografia... "são só palavras, TEXTO, ensaio e CENA" como cantava a Legião! Bju a todos!!!
hahahahaha

Não passa de criação, recriação e meras tentativas de brincar com as palavras!

4 comentários:

  1. Ah, nem fica assim, não combina com você... tu só ri!
    Não pode ficar assim, gutgut!
    "É a laranjinha do papai eh, eh a laranjinha"?! kkkkkkkkkkkk;;; Bjão!

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  2. Assim como???

    Tô ótima!!! Esse texto estava empoeirado numa gaveta...

    E tenho dito: "São só palavras..."
    Como diria a Luíza do blog http://annaluisa52.blogspot.com/
    nada mais que "Charme de escritor falido"

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  3. "laranjinha do papai"????

    Misericórdia Pedro, exorcisa isso aê!!!

    kkkkkkkk

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  4. Que maravilha de poema...
    Excelente escritora...
    Viva o talento e a arte de escrever bem!
    Parabéns!

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